O amor que se foi

Há poucas coisas tão tristes na vida como ver um amor acabar. Há poucas coisas tão tristes na vida como ver um relacionamento chegar ao fim. Um rompimento no relacionamento é uma espécie de morte, quando nos separamos de alguém que amamos é como se todo um universo afetivo morresse para nós. A sensação que nós temos é de que estamos morrendo na vida do outro, estamos morrendo a consciência do outro, é como se a nossa imagem fosse desvancendo e nós vamos assistindo a isso, a uma morte em vida.

Quando há ou houve amor de verdade num relacionamento, mas por algum motivo o amor não foi suficiente para fazer com que o casal continuasse junto, morre também um projeto de vida em comum, há toda uma potencialidade de vida que morre. A tristeza é profunda e às vezes pode parecer que nunca vai passar. Mas é preciso ter a consciência de que essa dor vai passar, é uma questão de tempo e de não se apegar a dor, não se deixar viciar pelo sofrimento, não entrar num espiral depressivo, onde se fica remoendo tudo o que não deu certo e o que era bom.

Quando um amor se for, é preciso saber reconhecer que acabou, é preciso entender que chegou ao fim, é preciso antes mesmo do amor morrer, de matar as expectativas, e é preciso seguir em frente, tentando reconstruir a vida e se segurar sobre nossas duas pernas para suportar a ausência do outro, tentando ainda tirar uma lição da dor. O amanhã pode sempre ser melhor!